domingo, 16 de junho de 2013

A história política recente do Irã

Do ponto de vista histórico, o Irã é visto como uma nação fortemente influenciada pela expansão islâmica que marcou o período medieval. De fato, os valores religiosos deste país

Nas primeiras décadas do século XX, o Irã despertou o interesse do mundo Ocidental por causa de suas valiosas reservas petrolíferas. Inicialmente, a interferência no Irã partiu do governo britânico, que tentava preservar seus interesses para com as reservas energéticas da nação islâmica. Contudo, no ano de 1951, a interferência político-econômica estrangeira sofreu um duro golpe quando o primeiro ministro Mohammad Mossadegh nacionalizou a exploração do petróleo em seu país.

Entretanto, dois anos mais tarde, com apoio logístico e militar norte-americano, Mohammad Reza Pahlevi consagrou um governo ditatorial comprometido com os interesses do bloco capitalista. Desfrutando de amplos poderes, esse estadista perseguiu os partidários do movimento nacionalista iraniano e estabeleceu a adoção de práticas, vestimentas e padrões de consumo ocidentais no país. Acuados, os nacionalistas promoveram a manutenção de sua orientação política no interior das mesquitas iranianas.

A fusão entre o discurso nacionalista e a defesa dos ideais religiosos passou a ganhar vigor sob a voz do aiatolá Ruhollah Khomeini. Dessa forma, a defesa da interferência política conservadora do clero iraniano se transformou em uma via de defesa dos interesses nacionais contra a intervenção estrangeira. Exilado no Iraque, Khomeini acabou obrigado a se retirar do país por exigência do ditador Saddam Hussein, então aliado dos norte-americanos.

No início de 1979, uma série de revoltas, protestos e greves anunciavam a insustentabilidade do governo de Reza Pahlevi. Com isso, sob a tutela do aiatolá Khomeini, a chamada Revolução Iraniana alicerçou um Estado conservador, teocrático e contrário à intervenção Ocidental. Nesse contexto transitório, Saddam Hussein promoveu uma guerra que pretendia enfraquecer a influência política dos xiitas e controlar as ricas reservas petrolíferas da nação vizinha.

Após o conflito, que não estabeleceu nenhum tipo de ganho para nenhum dos lados, a tutela religiosa prosseguiu orientando a vida política iraniana. Em 1997, a eleição de Mohammad Khatami representou uma possibilidade de reformas que desmobilizassem os rigores que a cúpula religiosa tinha dentro do Irã. Contudo, não foi possível alcançar as transformações que eram, principalmente, almejadas por mulheres e estudantes.

No ano de 2005, por conta das frustrações vivenciadas no governo Khatami, uma grande evasão de eleitores permitiu que o líder ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad vencesse o processo eleitoral. Em seu primeiro mandato, observamos o acirramento das tensões políticas para com os Estados Unidos, a pretensão do desenvolvimento de um programa nuclear e a realização de várias declarações polêmicas contra os regimes ocidentais e o governo de Israel.

Em 2009, um novo pleito estabeleceu a disputa entre Mahmoud Ahmadinejad e Mir Hossein Mousavi, que teria uma política de pretensões liberais. Apesar das pesquisas que sugeriam uma acirrada disputa, o processo eletivo acabou apontando uma vitória esmagadora de Ahmadinejad, detentor de mais de 60 % dos votos contabilizados. Com isso, vários protestos e denúncias sugerem a ilegalidade do processo eletivo iraniano, que foi ratificado pelo aiatolá Ali Khamenei, Líder Supremo do país.
possuem um grau de penetração que se manifesta em diferentes esferas do cotidiano do povo iraniano. Contudo, a compreensão deste conturbado cenário político não deve somente limitar-se a simples crítica à hegemonia do pensamento islâmico no interior de sua cultura.

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