quarta-feira, 19 de junho de 2013

o que é Metrossexual ?

O metrossexualismo é um fenômeno sociocultural tipicamente moderno. O termo metrossexual refere-se ao homem urbano que se preocupa com sua aparência, desmentindo a ideia de que somente as mulheres são vaidosas.

O metrossexual faz questão de se vestir bem, por isso investe bastante dinheiro em roupas e acessórios, também se preocupa muito com estética, frequenta salões de beleza, faz as unhas e usa uma variedade de cosméticos desenvolvidos especialmente para homens.

A primeira celebridade  a se declarar publicamente como metrossexual foi o jogador de futebol David Beckham. O termo se popularizou no ano de 2002, durante a Copa do Mundo de Futebol, quando o jornalista inglês Mark Simpson escreveu um artigo falando sobre as fotos que o jogador fez para uma revista gay no Reino Unido.

Nesse artigo, Mark Simpson chamou Beckham de “o maior metrossexual da Grã-Bretanha”, pelo seu narcisismo ao dizer que adorava ser olhado, tanto por homens como mulheres.

Algumas pessoas relacionam o metrossexualismo com a orientação sexual do indivíduo, mas isso não tem nada a ver. Existem metrossexuais hétero e homossexuais, o termo apenas indica uma preocupação maior com a aparência.


Curiosidades sobre Reciclagem

Papel
Se 1 milhão de pessoas usarem o verso do papel para escrever e desenhar, a cada mês será preservada uma área de floresta equivalente a 18 campos de futebol.

Descarga
Quando você aciona a descarga para se livrar de uma bituca de cigarro, 12 litros de água tratada descem pelo ralo. Se 1 milhão de pessoas perdessem esse hábito, seriam economizados 360 milhões de litros de água. Esse volume equivale à água que cai nas cataratas do Iguaçú a cada 4 minutos.

Pilhas e Baterias
As 800 milhões de baterias e pilhas vendidas todo ano no Brasil contém metais pesados tóxicos, que podem contaminar o solo e a água. Em contato com seres humanos, atacam o cérebro, os rins e os pulmões. Quando for descartá-las, procure um posto de coleta especial. 

Goteiras
Os médicos recomendam que você beba pelo menos 2 litros de água por dia. Uma única goteira pode desperdiçar 150 litros diários, ou seja, água suficiente para matar a sua sede por mais de 2 meses.

Reciclagem de lixo
A reciclagem de uma única latinha de alumínio economiza energia suficiente para manter um aparelho de TV ligado durante 3 horas


Alodoxafobia o que é ?

é o medo da opinião dos outros!
As redes sociais trouxeram praticidade mas também desenvolveram em muitas pessoas o receio pela opinião alheia.
Mas, como ninguém paga nossas contas, afinal: porque temos tanto medo da opinião dos outros?
O receio extremo pelo julgamento alheio é tão sério que tem até nome: Alodoxafobia.
O julgamento é, na verdade, uma forma de se auto – afirmar. Uma vez que expomos um conteúdo, de alguma forma expomos algo íntimo sobre nossa personalidade e maneira de ver o mundo.
Se livrar deste medo, no entanto, não é fácil. No entanto, é possível. Basta seguir algumas regras básicas (que valem para toda a vida, e não só para as redes sociais)
  • 1.  Pergunte a si mesmo o que realmente importa para você
É perfeitamente normal ter valores diferentes das pessoas ao seu redor. Você não é obrigado a gostar de um estilo musical que não gosta, só porque seus amigos insistem que você deve gostar.
Muitos vão julgá-lo por não seguir um determinado padrão, mas se você for fiel a seus próprios objetivos e valores desenvolverá, acima de tudo, personalidade.
  • 2. Nem todos estão olhando para você, ou: você não é o centro do universo
Se preocupar muito com a opinião alheia pode ser também uma necessidade de ser o centro das atenções. A maioria das pessoas ao redor estão na verdade muito ocupadas cuidando de suas próprias vidas para ficar cuidando da sua.
  • 3. Aceite: a opinião dos outros não podem te afetar
Ou seja, agora você já sabe o que realmente importa para você e que você não é o centro das atenções, além disso, também é preciso ter em mente que você está a todo momento sujeito a julgamentos (e será assim até o fim da vida). Pode ser no trabalho, pode ser dos amigos, ou até mesmo quando estiver andando na rua. Na maioria das situações, a opinião das pessoas não vai mudar a sua essência.
É claro que existem alguns casos onde as opiniões das pessoas podem fazer a diferença, é o caso da opinião do seu chefe – Mas na sua opinião: É mais importante se preocupar com a opinião de quem realmente importa, ou com a opinião de quem não exerce nenhum efeito em sua vida?
As pessoas que realmente importam, que no caso são sua família e amigos, vão te amar pelo que você realmente é.
  • 4. Você não pode controlar o que as pessoas pensam
De fato não podemos controlar o pensamento das pessoas. Não tem como saber o que uma pessoa pensa muito menos o por que. As pessoas são diferentes, logo pensam de maneiras diferentes.
O que os outros pensam de você, que seja coisas boas ou ruins – a opinião é totalmente deles. Da próxima vez que você for se preocupar com o que os outros pensam ou podem pensar de você, antes, pergunte a si mesmo se esse pensamento sobre você pode exercer algum efeito em sua vida. No fim das contas, o que pensam de você é problema de quem pensa e não seu.

Fotofobia

Fotofobia é o nome dado à sensibilidade excessiva à claridade e à luz solar. Tal sensibilidade ocorre quando as células fotossensíveis da retina recusam o excesso de luz e provocam o desconforto. Normalmente a fotofobia ocorre como manifestação de algum problema ocular resultante de doenças congênitas, inflamatórias, infecciosas, alérgicas e por cicatrizes dessas. O problema ocular que mais ocorre e provoca a fotofobia é o astigmatismo, distúrbio caracterizado pela alteração do formato circular da córnea, tornando-a oval.
A fotofobia pode ocorrer em indivíduos de qualquer idade, desde o recém-nascido até o mais idoso, apresentando algum problema já citado ou independente de problema algum, demonstrando somente sensibilidade. Pessoas claras, loiras e albinas têm disposição para serem sensíveis à claridade. Para detectar o problema é necessário que a pessoa que sinta tal sensibilidade procure um oftalmologista o quanto antes para descobrir o motivo do problema.
O tratamento para a fotofobia é variável, pois depende da causa que a gerou. Em casos originados a partir de doença, necessita-se tratá-la o quanto antes, mas em casos onde não há nenhum tipo de doença, não há tratamento. Nesse caso, o importante, e o que se tem a fazer, é se habituar à claridade ou utilizar lentes/óculos que protejam os olhos contra a claridade. São raros os casos em que a fotofobia se manifesta em olhos normais, mas pode acontecer, dependendo do tamanho das pupilas, pois quanto maiores as pupilas mais luz chegará às córneas e, quanto menores forem, menor será a ocorrência desta.

Chocolate pode evitar cáries

Químicos do Japão encontraram resultados que evidenciam que certas partes do cacau, o principal ingrediente do chocolate, podem inibir as cáries.
As cáries iniciam quando bactérias do tipo Streptococcus produzem uma molécula adesiva chamada glucan. Isto ajuda a bactéria a se fixar nos dentes e formar a placa bacteriana. Estas bactérias convertem os açúcares em ácidos,  que corroem o dente, levando às cáries.
Takashi Ooshima, da Osaka University, no Japão, descobriu que o extrato das cascas de cacau contém agentes anti-cáries. Em um teste com ratos, Ooshima administrou para um grupo água com o extrato, enquanto que o outro grupo tomava apenas água. Após 3 meses de uma dieta rica em açúcar, os ratos que ingeriam extrato de cacau tinham menos de 40% das cáries encontradas no outros ratos.
Ooshima acredita que os resultados poderão levar a novos tratamentos contra as cáries. ”
Pode ser possível usar o extrato de CBH em um líquido para limpeza bucal, ou adicioná-lo ao creme dental.”

Ler emagrece

Um estudo encomendado pela rede de livrarias britânicas Borders reforçou o ditado “mente sã, corpo são”. O ato de ler já gasta algumas calorias, porém o estudo comprovou que ao ler livros de ação, sexo e suspense, a taxa média de calorias que são gastas dobra.
Isso se dá ao fato de que livros ligados a esses temas provocam a produção de adrenalina, um hormônio que prepara o corpo para situações de estresse, reduzindo o apetite e queimando calorias.
A pesquisa ainda cita os livros que geram mais adrenalina, ou seja, que mais emagrecem. Encabeçando a lista está “Polo”, de Jilly Cooper, que provoca a queima de 1,1 mil calorias (equivalente a um Big Mac), seguido do famoso “Código da Vinci”, queimando 855 calorias (uma barra de chocolate). Ainda estão na lista dos mais “diets”, títulos como “O Exorcista” de William Blatty e “O Iluminado” de Stephen King.

A Doença mais Antiga do Mundo

Atualmente, médicos e especialistas têm conhecimento acerca de inúmeras doenças, de todas elas a mais antiga é a hanseníase. Os primeiros registros dessa doença datam de 1350 a.C.. Apesar de ser muito antiga, o tratamento eficaz da doença só foi descoberto no começo dos anos 80, com o desenvolvimento da poliquimioterapia.
A hanseníase é provocada pela bactéria Mycobacterium leprae, também conhecida como Hansen, ela agride principalmente os nervos e a pele, podendo, em estágios mais graves, resultar em deformações. A lepra, como era conhecida, consome, resseca, agride e penetra na pele, deforma nervos, músculos e ossos.
No início ela provoca uma dor quase insuportável que logo passa e é substituída pela perda da sensibilidade e dos movimentos. O nome foi alterado por causa do preconceito com o qual os portadores da doença eram tratados, no Brasil a lepra passou a ser conhecida como hanseníase.
Em números absolutos de hanseníase, o Brasil é o segundo país no ranking, perdendo somente para a Índia.

Você Sabia que a Voz Envelhece?

A voz é um som produzido pela vibração do ar que é retirado dos pulmões pelo diafragma e que passa pelas cordas vocais sofrendo alterações influenciadas pela boca, lábios e língua.
Como as demais partes do corpo, a voz também envelhece. Este envelhecimento é provocado pela ação natural do desenvolvimento do organismo onde há o engrossamento das cordas vocais, a redução de movimentos das articulações, alterações hormonais e emocionais, maus hábitos, calcificação das cartilagens, atrofia da musculatura laríngea e a perda da capacidade pulmonar.
O período de melhor desempenho vocal está entre os 25 e os 40 anos de idade, mas pode haver exceções quando se possui boa saúde física e psicológica, além de fatores genéticos, sociais, ambientais e raciais.
As alterações vocais também podem variar de acordo com o sexo. Pessoas do sexo masculino tendem a iniciar o processo de alteração vocal por volta dos 30 anos de idade, enquanto pessoas do sexo feminino semente iniciam este processo por volta dos 50, quando ocorrem alterações no organismo decorrentes à menopausa.
Para evitar o envelhecimento vocal ou atrasá-lo é necessário:
Usar a voz corretamente;
Beber no mínimo dois litros de água por dia;
Evitar bebidas destiladas;
Evitar o fumo e a cafeína;
Evitar falar alto ou baixo, rápido, descompassadamente e por muito tempo;
Evitar pigarrear.

Você sabe para onde vai o lixo?

Cerca de 76% do lixo diário brasileiro, que chega a 70 milhões de quilos, são despejados em céu aberto. Somente 10% vai para lixões controlados, 9% vai para aterros sanitários e somente 2% é reciclado.
A queima de lixo que é bastante utilizada é também prejudicial, pois libera gases nocivos à atmosfera, empobrece o solo e desperdiça materiais recicláveis e de energia.
Há vários caminhos para acabar com o lixo de forma correta, a coleta seletiva é um importante e considerável caminho, pois facilita o processo de reciclagem e o processo de transformação do lixo orgânico em adubo e gás metano.

Tédio

O tédio pode ser compreendido como a incapacidade de realizar atividades que proporcionem satisfação.

O que é Tédio?
O tédio é definido pelos dicionários da língua portuguesa como um sentimento de desgosto, de aborrecimento sem causas aparentes. Além disso, é definido como um sentimento enfadado resultante de alguma espera. Uma nova definição para o tédio foi publicada recentemente como resultado de uma pesquisa canadense, que define o tédio como “a experiência adversa de querer, mas não conseguir, exercer uma atividade gratificante”. Todas as definições apontam para a dificuldade em lidar com estímulos, que está na base do tédio.
Quais são os sintomas do tédio?
Tédio não é doença e, talvez por isso, falar em sintomas possa ser complicado, mas podemos dizer que, como condição, o tédio pode apresentar sinais indicadores, como o sentimento de vazio, falta de vontade de realizar atividades rotineiras e o desinteresse pela realidade vivida. É importante atentar para a intensidade desses sinais que, em condições extremas, podem ser indicativos de depressão. Nos casos de tédio, a duração desses sinais é menor, as atividades parecem sem sentido e enfadonhas.
Como o tédio se instala?
É importante ter em mente que quando falamos em tédio, não estamos tratando de uma entidade ou um parasita que toma conta do corpo humano. Estamos nos referindo a uma forma de se relacionar com a realidade e seus estímulos. Nesse sentido, falar em tédio significa falar em um direcionamento das atenções voltadas para si, para o seu fracasso ou dificuldade em realizar atividades gratificantes. Resumindo, podemos dizer que o tédio se instala quando, por algum motivo, a vida ao redor deixa de ser interessante ou estimulante. Mas não se trata de culpabilizar o sujeito por sentir-se dessa forma. Existem inúmeros fatores sociais e culturais que contribuem para essa condição.
Tédio, cultura e sociedade
A sociedade em que vivemos desenvolveu formas de utilizar-se da cultura para alcançar objetivos outros, como o melhor rendimento no trabalho. Por isso, se você prestar atenção, vai perceber que as atividades prazerosas de sua vida ou seus momentos de lazer, em muito, são cópias da sua rotina de trabalho. Sair com os amigos para jantar, por exemplo, pode ser uma atividade facilmente comparada a uma reunião de negócios, já que, muitas vezes, acabamos falando de trabalho. Se você se senta para assistir a televisão, grande parte das cenas reproduz um dia cotidiano, rotineiro, e nossa atenção se prende a essa repetição, dando a impressão de que a vida é um contínuo, como se a situação atual fosse algo que sempre existiu e que sempre vai existir. Entender o tédio como parte desse processo, dessa enfadonha rotina que se estabelece, pode ser importante para que as discussões perpassem o sujeito, auxiliando-o a compreender sua condição emocional.
Como saber mais?
A nova definição de Tédio foi uma publicação da Universidade de York, que está na revista “Perspectives on Psychological Science”, disponível on-line. Alguns livros como Filosofia do Tédio, de Lars Fr.H. Svendsen, são uma importante forma de compreender como o tédio é assunto recorrente de filósofos.

Transtorno Bipolar

A bipolaridade é uma doença emocional caracterizada por transtornos de humor. O bipolar tem momentos de depressão e outros de euforia excessiva (mania) e é por este motivo que as pessoas consideradas bipolares, até tempos atrás, eram chamadas de maníaco-depressivas.

O problema da bipolaridade é que o humor da pessoa reage de modo incompatível ou exagerado à situação e está sujeito a muitas variações que fogem ao controle, gerando muito sofrimento. Quando o bipolar está na sua fase maníaca, pode extrapolar quanto à noção de riscos e, em momentos de depressão, pode cometer atos extremos ou se retrair, ficar apático, etc., afetando suas atividades normais e rendimento.

Ambas as situações geram conflitos no relacionamento com as outras pessoas, podendo gerar relações desequilibradas, discussões impulsivas, dentre outros. Há também quadros mistos, em que euforia e depressão se misturam numa mesma fase e quadros em que, entre uma fase e outra, a pessoa pode ter um estado de humor normal ou apresentar leves sintomas. Em casos mais graves, estes intervalos não existem e o portador dificilmente levará uma vida dita normal e independente.
A bipolaridade é, muitas vezes, confundida com a depressão, uma vez que os portadores geralmente enfrentam mais momentos depressivos que de mania e o humor elevado é, muitas vezes, associado a um estado de felicidade normal da pessoa. Pode ser confundido também com o déficit de atenção, pela característica em comum de desatenção e agitação e tabém com o transtorno compulsivo obsessivo, uma vez que bipolares são auto-exigentes e extremistas. Desta forma, nem sempre o paciente é diagnosticado corretamente e não é raro serem tratados com antidepressivos, o que pode conferir uma melhora no estado depressivo, mas pode acarretar grandes problemas quanto ao estado maníaco, uma vez que potencializa o quadro.

Geralmente o tratamento é feito com estabilizadores de humor prescrevidos por médicos psiquiatras e acompanhamento psicológico. Boas noites de sono, exercícios físicos, boas relações afetivas, hobbies, alimentação saudável e espiritualidade são algumas formas de contribuir para se estabilizar o humor e conferir uma melhor qualidade de vida à pessoa, além da ajuda de amigos e familiares, principalmente no sentido de imposição de limites e compreensão, evitando julgamentos prévios e desnecessários.

Muitos estudos apontam que a bipolaridade é bem freqüente em artistas e pessoas com grande visibilidade, possivelmente pelo temperamento intenso, curioso, criativo, inovador e sensível destas pessoas. Nomes como Fernando Pessoa, Agatha Christie, Virginia Woolf, Cazuza, Axl Rose, Kurt Cobain, Elvis Presley, Janis Joplin, Jimmy Hendrix, Tchaikosvky, Mozart, Robin Williams, Jim Carrey, Marilyn Monroe, Vincent van Gogh, Platão, Isaac Newton, Abraham Lincoln e Ulysses Guimarães fazem parte da lista de bipolares famosos.

Por último, vale ressaltar que o diagnóstico e tratamento só podem ser feitos por profissionaia psiquiatras competentes!

Tique ou Toc?

 confusão entre tique e TOC pode se dar pelo caráter repetitivo dos comportamentos, mas as diferenças entre os dois transtornos são bastante significativas.

Muitas pessoas tendem a confundir dois transtornos bastante diferentes: o Tique Nervoso e o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Isso se dá pela semelhança da repetitividade dos comportamentos em ambos os casos, mas vale a pena conhecê-los melhor, para identificar, com mais segurança, de que tipo de problema estamos falando.
O que é Tique?
Segundo o DSM IV, que é um Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, um tique pode ser compreendido por sua característica predominante de ser um movimento involuntário. Nesse sentido podemos compreender o tique enquanto um movimento do corpo sobre o qual não temos controle, por exemplo: um olho piscando, um movimento muscular, uma vocalização recorrente etc. Assim, podem ser divididos entre tiques motores e vocais.
Todo tipo de tique é diretamente associável a condições de stress e ansiedade. Mudanças bruscas na rotina, por exemplo, de uma criança podem ser geradoras de uma resposta como um tique. Da mesma forma que aparecem, os tiques tendem a desaparecer espontaneamente após um certo período (12 meses em média). Uma característica bastante curiosa dos Tiques é que durante atividades que exigem concentração ou durante o sono, esses movimentos diminuem significativamente. É importante ressaltar então a ineficácia de métodos como atentar para os tiques ou repreendê-lo, uma vez que, sendo um movimento involuntário, a ausência de controle sobre esse comportamento que está sendo reprimido pode apenas aumentar a ansiedade e o estresse. Alguns autores defendem, por exemplo, que a melhor forma de lidar com os tiques é ignorar sua ocorrência, buscando antes compreender os motivos que levaram ao desenvolvimento de uma resposta como essa.
Apesar de grande parte dos tiques desaparecer espontaneamente, existem alguns casos em que o tique se torna crônico. Quando o quadro se agrava e persiste por mais de um ano, pode-se dizer que configura o que conhecemos como Síndrome de Gilles de la Tourette, um transtorno associado a inúmeras situações estressantes e que se configura como uma dificuldade séria de relacionamento, atenção e concentração que, diferentemente do tique, exige intervenção e tratamento especializado.
O que é TOC?
O TOC é considerado um transtorno de ansiedade, cujo diagnóstico está basicamente focado para rituais e obsessões. Segundo o DSM IV, o diagnóstico de TOC implica necessariamente na presença de obsessões e compulsões. Para serem considerados obsessões, os pensamentos precisam atender a quatro critérios:
- Os pensamentos devem ser persistentes, intrusivos, impróprios e recorrentes que causam ansiedade e desconforto.
- Diferenciarem-se de uma simples preocupação exagerada com problemas reais da vida.
- Pensamentos que a pessoa tenta constantemente ignorar ou neutralizar com outros pensamentos ou ações.
- São pensamentos impulsivos e obsessivos que a pessoa reconhece como produtos de sua mente e não como algo externo.
Já as compulsões são compreendidas como sendo de dois tipos: comportamentos repetitivos de resposta ou de prevenção. Os primeiros são aqueles que a pessoa realiza como resposta à obsessão, obedecendo às regras que criou para si. Já os segundos compreendem comportamentos que têm a função de prevenir o desconforto ou algum evento que possa causar esse desconforto gerado pela ansiedade. As compulsões podem ser ações diversas: lavar repetidas vezes as mãos, verificar, contar, repetir palavras etc.
Existem ainda características importantes quanto ao curso do desenvolvimento das obsessões e compulsões. Para que se diagnostique o TOC é necessário que, em algum momento, a pessoa tome consciência do exagero de suas ações. É necessário também que esses comportamentos estejam, de alguma forma, comprometendo significativamente a vida da pessoa, interferindo, por exemplo, em sua convivência social, a realização de seu trabalho ou estudos. Por último, não se pode deixar de lembrar que para ser considerado TOC, os comportamentos não podem ser resultado, por exemplo, do uso de drogas ou de outras substâncias. 
Apesar de parecer bastante complexo, o diagnóstico de TOC não é tão difícil, uma vez que fica evidente o quanto as obsessões e compulsões atrapalham a vida da pessoa. Muitas pessoas têm vergonha de falar sobre comportamentos compulsivos ou desconhecem o alcance das consequências negativas de tais repetições. O tratamento envolve acompanhamento psicológico e, em casos mais específicos, farmacológico, em sua maioria voltado para o controle da ansiedade.
Por que as pessoas confundem tanto Tique e Toc?
Como discutimos, em ambos os casos a presença de repetições pode ser o caráter que leva a confundir os dois transtornos. É importante ressaltar, portanto, a diferença na origem e nos desdobramentos nos casos de tiques e do TOC. No primeiro, a origem pode ser uma situação de stress qualquer, da qual a pessoa não tem consciência, gerando comportamentos motores ou vocais involuntários e sem função. Já no caso do TOC, a pessoa apresenta consciência do exagero de seus comportamentos, mas estes tem função de diminuir a ansiedade, tirando o foco do pensamento das obsessões.
Como saber mais?
Uma estratégia interessante é comparar os personagens de dois filmes, um com TOC e outro com tique. O filme Melhor Impossível (As Good as It Gets - 1997) conta a história de Melvin Udall (Jack Nicholson), um escritor com Transtorno Obsessivo Compulsivo. Já o filme O Líder da Classe (Front of The Class – 2008) conta a história de Brad Cohen (Jimmy Wolk), que tem Síndrome de Tourette.

Transtorno do Pânico

Origem da palavra "Pânico" 

É proveniente do grego "panikon" que tem como significado susto ou pavor repetitivo. Na mitologia grega o Deus Pã, que possuía chifres e pés de bode, provocava com seu aparecimento, horror nos pastores e camponeses. Desta forma a palavra tem em nossa língua o significado de medo ou pavor violento e repetitivo. Em Atenas, teria sido erguido na Acrópole um templo ao Deus Pã, ao lado da Ágora, praça do mercado onde se reunia a assembléia popular para discutir os problemas da cidade, sendo daí derivado o termo agorafobia, usado em psiquiatria e que possui como significado o medo de lugares abertos.
Sinonímia
Desordem, Doença, Síndrome, Distúrbio do Pânico.

O Transtorno do Pânico ( TP ) é uma entidade clínica recente e era antigamente chamada de neurastenia cardiocirculatória ou doença do coração do soldado ("coração irritável" denominação dada por Da Costa em 1860 durante a guerra civil americana), embora a primeira descrição sintomatológica tenha sido feita por Freud, que a classificou como neurose ansiosa. Até 1980, o quadro foi agrupado sob o título de "neurose de ansiedade" e atualmente este mesmo grupo foi subdividido em Doença do Pânico e Transtorno de Ansiedade Aguda ou Generalizada.

As diferenças clínicas, razão pela qual derivou a subdivisão do grupo em Reações de Ansiedade Aguda e TP, residem no fato de que os fatores geradores da primeira são motivados por agentes externos que ameaçam de forma clara e consistente a vida do indivíduo tais como catástrofes, panes em aviões, trens, veículos, incêndios em teatros e cinemas entre outros.
No distúrbio que deflagra a "crise de pânico" o agente externo freqüentemente encontra-se ausente e a ameaça está dentro do próprio paciente (endógena). Ambas as desordens vem acompanhadas de grande estímulo do sistema nervoso autônomo caracterizados por boca seca, aceleração dos batimentos cardíacos, palpitações, palidez, sudorese e falta de ar. Este conjunto de manifestações qualifica o que se denomina "reação de alarme" adaptando o organismo às situações de fuga, luta ou perigo iminente.

Esses achados constituem os elementos básicos para que se cogitena possibilidade de estarmos diante de um paciente portador de TP.
O TP é causa freqüente de procura a psiquiatras e psicoterapeutas sendo considerada uma doença da "modernidade" ligada ao stress cotidiano. É uma patologia real (alguns a rotulam como frescura) e incapacitante devido a seus sintomas extremamente desagradáveis. Só quem padece de TP é que sabe valorizar a intensidade de sua sintomatologia.

O Grande Problema

Este fato é devido em grande parte ao desconhecimento do TP por médicos não especialistas (não psiquiatras) o que determina a demora no diagnóstico do caso com o conseqüente e indesejável desenvolvimento das complicações.
A grande maioria dos pacientes, devido a predominância dos sintomas ligados ao aparelho cardiovascular, são atendidos em pronto-socorros cardiológicos por clínicos e/ou cardiologistas e medicados com fármacos que não são capazes de bloquear as "crises ou ataques de pânico". A medida as crises se sucedem, sem que os pacientes observem melhora, os leva a insegurança e ao desespero. São realizados inúmeros exames sem se chegar a uma conclusão diagnóstica sendo os sintomas atribuídos a situações genéricas como estafa, nervosismo, fraqueza ou com frases do tipo: "o Sr.(a) não tem nada".

Etiologia (causa)
São consideradas possíveis 3 hipóteses básicas:
hiperatividade ou disfunção de sistemas ligados aos neurotransmissores (substâncias responsáveis pela transmissão do estímulo nervoso entre as células) cerebrais relacionados com vários elementos dos sistemas de alerta, reação e defesa do Sistema Nervoso Central (SNC).
alteração ainda não bem determinada na sensibilidade do SNC a mudanças bruscas de pH e concentrações de CO2 intracerebral e/ou hipersensibilidade de receptores pós-sinápticos (zona distal de contato entre duas células nervosas) de 5 hidroxitriptamina envolvidos no sistema cerebral aversivo.
fatores genéticos

Epidemiologia
Pesquisas realizadas nos EUA demonstram que para cada 1000 indivíduos cerca de 1 a 3 são afetados pelo TP.
No Brasil, infelizmente, as estatísticas são inconclusivas.
Ocorre sobretudo em adultos jovens na faixa etária entre 20 e 45 anos de ambos os sexos, com predileção pelo feminino na proporção de 3:1. Nesta faixa etária os pacientes estão na plenitude de seu potencial de trabalho e ao apresentarem a doença são geradas conseqüências desastrosas voltadas tanto para o desenvolvimento profissional quanto social.

Critérios Diagnósticos do TP
O diagnóstico baseia-se nos seguintes critérios segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais ( DSM-IV ) da Associação Psiquiátrica Americana:
Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Critérios para o Ataque de Pânico:
Um curto período de intenso medo ou desconforto em que 4 ou mais dos seguintes sintomas aparecem abruptamente e alcançam o pico em cerca de 10 minutos.
sudorese
palpitações e taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos)
tremores ou abalos
sensação de falta de ar ou de sufocamento
sensação de asfixia
náusea ou desconforto abdominal
sensação de instabilidade, vertigem, tontura ou desmaio
sensação de irrealidade (desrealização) ou despersonalização (estardistante de si mesmo)
medo de morrer
medo de perder o controle da situação ou enlouquecer
parestesias (sensação de anestesia ou formigamento)
calafrios ou ondas de calor
Pelo menos um dos ataques ter sido seguido por 1 mês ou mais de uma ou mais das seguintes condições:
medo persistente de ter novo ataque
preocupação acerca das implicações do ataque ou suas conseqüências (isto é, perda de controle, ter um ataque cardíaco, ficar maluco)
uma significativa alteração do comportamento relacionada aos ataques
O Ataque de Pânico não ser devido a efeitos fisiológicos diretos desubstâncias (drogas ou medicamentos) como: álcool, ioimbina, cocaína, crack, cafeína, ecstasy ou de outra condição médica geral (hipertireoidismo, feocromocitoma, etc...)
Os ataques não devem ser conseqüência de outra doença mental, como Fobia Social (exposição a situações sociais que geram medo), Fobia Específica (medo de avião, de elevador, etc...), Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Pós-traumático ou de Separação.

O Ataque e o TP
Devemos observar que existem critérios diagnósticos para considerar um paciente como portador de TP e eles devem ser bem estabelecidos. Um episódio de ataque de pânico isolado não preenche as condições necessárias para o diagnóstico de TP. Os sintomas que caracterizam o ataque devem ser recorrentes e não precipitados por uma situação ou acontecimento externo.

Diagnóstico Diferencial
Se os critérios diagnósticos são preenchidos há grande possibilidade de estarmos diante de um caso de TP, mas como muitos sinais e sintomas coincidem com os de outras doenças orgânicas e psiquiátricas, faz-se mister estabelecer-se o diagnóstico diferencial entre elas:
1. Doenças Orgânicas
hipertireoidismo e hipotireoidismo
hiperpatireoidismo
prolapso da válvula mitral
arritmias cardíacas
insuficiência coronária
crises epilépticas ( principalmente as do lobo temporal )
feocromocitoma
hipoglicemia
labirintite, lesões neurológicas
abstinência de álcool e/ou outras drogas
Para que sejam avaliadas estas doenças é extremamente importante uma boa anamnese e avaliação clínica, como também tornam-se necessários exames laboratoriais (dosagem da glicemia, de hormônios, de ácidovanil-mandélico, etc...), gráficos (eletrocardiograma, teste ergométrico, Holter, eletroencefalograma basal com foto estimulação, hiperpnéia, privação de sono e sono induzido, etc...) e de imagem (tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética, ecocardiograma, etc...).
O SPECT (Single Photon Emission Computed Tomography), exame atualmenterealizado em pesquisas (cintilografia com medida do fluxo sangüíneo regional cerebral, marcado com contraste radioativo) tem reveladoassimetria (direita > esquerda) no giro parahipocampal dos lobostemporais e na região órbito-frontal dos córtices pré-frontais dospacientes portadores de TP.
Outro fato que merece destaque é que cerca de 36 a 40% dos pacientes portadores de TP apresentam prolapso valvular mitral associado, revelado na ecocardiografia.
2. Distúrbios Psiquiátricos
de ansiedade generalizada
de depressão
de despersonalização
somatiforme
esquizofrenia
de caráter
Complicações e Interferências sócio-econômicas e familiares
As complicações decorrentes dos repetidos ataques de pânico induzem a gastos excessivos por parte dos pacientes com médicos e exames complementares, muitas vezes dispensáveis. Afastamento do trabalho, faltas, impossibilidade de aceitar promoções (por medo de assumir maiores responsabilidades) e até pedidos de demissão , são situações corriqueiras na vida destes pacientes, sobretudo se o TP não é diagnosticada precocemente e vem acompanhada de agorafobia (medo de freqüentar lugares públicos e abertos). Somando-se a estes fatos há uma deterioração econômica progressiva.

Socialmente, as sucessivas recusas a convites recebidos geram afastamento e perda dos contatos sociais.
No que tange ao relacionamento familiar, o paciente recebe inicialmente os cuidados dos parentes mais intimamente envolvidos. Após várias "peregrinações" a consultórios médicos, onde os exames insistentemente não demonstram patologia palpável, os familiares adotam atitude de estímulo para que o paciente saia da crise. Porém, com o tempo, esse mesmo paciente passa a ser alvo de críticas desferidas não só pela família como também de amigos que, lamentavelmente, só contribuem para o agravamento da situação.

O desenvolvimento da agorafobia ocorre porque os pacientes passam a terme do de sofrer novo ataque de pânico onde um anterior já tenha acontecido (teatro ou cinema por exemplo).
Deve também ser lembrada a "ansiedade antecipatória" (vou ter a crisenovamente?) apresentada pelos pacientes no desempenho de tarefas complexa sou mesmo simples como pegar seu carro e dirigir até o trabalho.
Se o diagnóstico e o tratamento eficaz não são estabelecidos precocemente maior será seu isolamento, assim como a tendência a não sair de casa. Aperda de peso é freqüentemente observada.

Tratamento do TP
O fator primordial no início do tratamento é o efetivo bloqueio dos ataques ou redução na sua freqüência e intensidade, através do uso de medicamentos e desta forma (sem o sofrimento com os ataques) permitir outras abordagens terapêuticas.
É necessário que se estabeleça uma boa relação médico-paciente, um vínculo terapêutico e de informação. O conhecimento pelo paciente de sua doença, evolução, efeitos colaterais possíveis das drogas, necessidade do uso contínuo da medicação (o ajuste da dose capaz de bloquear os ataques teráque ser feito) pelo tempo necessário para o controle dos sintomas é imperativo. Os efeitos adversos das medicações devem ser informados para que não haja motivos de frustração ou culpa nos relacionamentos mais íntimos.

A. Drogas Antipânico
Embora ainda pouco conhecido, mas sabidamente eficaz, o mecanismo de ação destas drogas parece exercer seus efeitos através de ações as vezes aparentemente antagônicas, a nível dos sistemas de neurotransmissão cerebral, principalmente a noradrenérgica e serotoninérgica (neurotransmissores ). As drogas aumentam a transmissão destas substâncias anível cerebral assim como a diminuição de sua captação.
No tratamento são usadas drogas sabidamente capazes de bloquear os ataques de pânico como os benzodiazepínicos, antidepressivos tricíclicos, inibidores da monoaminaoxidase, inibidores seletivos da recaptação deserotonina e os inibidores seletivos de serotonina e noradrenalina.
Benzodiazepínicos: alprazolam e clonazepam
Antidepressivos Tricíclicos ( ADT ): imipramina, clorimipramina, amitriptilina, nortriptilina
Inibidores da Monoaminaoxidase ( IMAO ): tranilcipromina, moclobemida
Inibidores Seletivos da recaptação de serotonina: sertralina, fluoxetina, paroxetina, fluvoxamina e citalopram
Inibidores Seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina: venlafaxina
Todos os medicamentos devem ser prescritos por médicos pois possuem efeitoscolaterais.

Há grande controvérsia quanto ao tempo necessário para manutenção do tratamento. Grande parte dos autores admite ser a duração ideal entre 6 meses a dois anos com posterior suspensão gradativa dos fármacos e reavaliação se os ataques de pânicos voltam a ocorrer. Apesar de adotados estes critérios o índice de recaída após a suspensão da droga varia entre 20 e 50%.
O paciente deve ser informado de que o início da melhora da sintomatologia pode levar algumas semanas e depende do ajuste das doses necessárias para o bloqueio dos ataques, assim como de sua fiel adesão a terapêutica instituída. Este fato deve ser bem esclarecido ao paciente para que o portador de TP não fique ansioso ou deprimido com a expectativa de melhora imediata.
B. Apoio Psicoterápico
É também de fundamental importância. Visa a manutenção da adesão a terapêutica e a orientação quanto ao desenvolvimento e combate às complicações associadas. As técnicas cognitivo-comportamentais parecem seras mais eficazes neste sentido, aumentando inclusive a resposta ao tratamento medicamentoso.

A medida que os ataques de pânico se sucedem o paciente desenvolve hipocondria, fobias associadas direta ou indiretamente com as circunstâncias nas quais teve a crise, ansiedade basal e antecipatória, agorafobia, autodepreciação, depressão, desmoralização, alcoolismo e/ou usoabusivo de drogas. Qualquer combinação é possível e independe das características de personalidade embora estejam na dependência da severidade e freqüência das crises, assim como a demora no diagnóstico. O paciente deve ser paulatinamente encorajado (após bloqueados os ataques farmacológicamente) a enfrentar os lugares ou situações onde foi acometido pelo ataque e desta forma ir ganhando auto confiança ao enfrentar suas adversidades. 

Complexo de Édipo

A formulação do complexo de Édipo vem da mitologia grega e tem sofrido inúmeros desdobramentos ao longo da construção da teoria psicanalítica.

Quem foi Édipo?
Para construir o conceito de Complexo de Édipo, Freud utilizou-se da mitologia grega, mais especificamente do teatro, escrito por Sófocles chamado “Édipo Rei”.
O mito conta a história de Laio, rei de Tebas, que teria sido avisado por um Oráculo sobre seu futuro maldito: ele seria assassinado por seu próprio filho que se casaria com sua mulher, ou seja, a mãe deste. Para evitar que isso se concretizasse, Laio decide abandonar a criança num lugar distante, colocando-lhes pregos nos pés, para que morresse. Um pastor encontra a criança e lhe dá o nome de Edipodos (pés-furados). Essa criança, mais tarde é adotada pelo rei de Corinto. Ao consultar o oráculo, Édipo recebe a mesma mensagem que seu pai Laio recebera anos antes, mas, acreditando que se tratava dos pais adotivos, Édipo foge de Corinto. Em sua fuga, Édipo se depara com um bando de negociantes e seu líder e acaba por matá-los todos em uma briga, sem saber que esse líder era Laio, seu pai. Ao chegar a Tebas, Édipo decifra o enigma da Esfinge e livra a cidade de suas ameaças, assim recebe o trono de rei e a mão da rainha Jocasta, agora viúva. Os dois se casam e têm quatro filhos.
Anos depois, quando uma peste chega à cidade, Édipo e Jocasta consultam o oráculo para tentar resolver essa questão e acabam por descobrir que são mãe e filho. Jocasta suicida-se e Édipo fura os próprios olhos como punição por não ter reconhecido a própria mãe.
O que é Complexo de Édipo?
Freud se apropria do mito de Édipo para formular sua ideia de que exista na relação da tríade (pai-mãe-criança) um desejo incestuoso da criança pela mãe e a interferência odiada do pai nessa relação.
Assim, o Complexo de Édipo é uma formulação usada para explicar o desenvolvimento sexual infantil. Esse conceito foi trabalhado diversas vezes durante a construção da teoria freudiana e posteriormente por seguidores da psicanálise, tornando-se uma formulação ainda em construção à qual se dedicam inúmeros autores ao redor do mundo.
Uma das características marcantes da evolução do conceito de Complexo de Édipo é a atribuição, cada vez maior, de valor à fantasia. Isso porque a formulação edípica foi justamente a saída de Freud, quando decide abandonar a Teoria do Trauma, que colocava no plano do real a origem da neurose. Para entender melhor, vamos refazer resumidamente esse caminho percorrido por Freud.
Inicialmente, baseado nos relatos clínicos, Freud chegou a acreditar que a neurose adulta era decorrente de um trauma sexual, ocorrido na infância, que retornava anos mais tarde, na puberdade. Essa teorização, todavia, foi sendo desconstruída à medida que Freud passa a considerar que as experiências de seus pacientes se tratavam não de traumas reais, mas de fantasias. A mudança na teoria freudiana a partir disso é significativa: atribui-se grande valor ao conflito psíquico e admite-se a ambivalência de sentimentos das crianças na relação com seus pais.
Segundo Freud, a resolução do Complexo de Édipo é responsável pela inserção da criança na realidade, pela quebra das relações simbióticas, através do reconhecimento das interdições, ou seja, pelo reconhecimento do pai na relação. Esta figura paterna, inicialmente percebida como mero obstáculo à realização dos desejos, é aos poucos introjetada.
O complexo de Édipo é estruturante da personalidade, e a dificuldade em ultrapassar esse momento e identificar-se a figura paterna pode ser a explicação de muitos comportamentos de dependência e imaturidade de indivíduos adultos. A inserção da figura paterna depende, entre outros elementos, da postura da mãe com relação ao pai. Não se pode falar em uma idade exata para que o complexo de Édipo se manifeste ou se dissolva. Freud falava em uma fase entre os três e os seis anos de idade. Para outros psicanalistas como Melanie Klein, a introjeção da figura paterna acontece bem antes, logo nos primeiros anos de vida.
Como saber mais?
Para entender melhor o Complexo de Édipo o ideal é revisitar a teoria freudiana e suas diferentes formulações ao longo dos anos. Outros autores propõem leituras atualizadas e mais acessíveis, como o psicanalista Juan David Nasio em seu livroÉdipo – o complexo do qual nenhuma criança escapa. Nesse livro, Nasio propõe formulações sobre os limites e possibilidades do conceito freudiano.

Estresse Ocupacional

O estresse ocupacional é o conjunto de perturbações que caracterizam o desequilíbrio físico e psíquico e que ocorrem no ambiente de trabalho.

O que é estresse ocupacional?
Sempre que tratamos da palavra ocupacional, estamos falando de trabalho, emprego, ocupação, fonte de renda e termos correlatos. Quando nos ocupamos em discutir as patologias da ocupação, uma das mais proeminentes é o estresse.
Compreende-se por estresse um conjunto de perturbações ou instabilidade psíquica e orgânica provocadas por diversos estímulos que vão desde a condição climática até as emoções e condições de trabalho. Na base da compreensão do conceito de estresse está o desequilíbrio, no caso, na relação entre trabalhador e ocupação. Entende-se, então, estresse ocupacional como o quadro de respostas pouco adequadas à estimulação física e emocional decorrente das exigências do ambiente de trabalho, das capacidades exigidas para realizá-lo e das condições do trabalhador. Em alguns casos, o estresse ocupacional não tratado pode gerar a síndrome de Burnout, caracterizada pelo esgotamento físico e psíquico em decorrência do trabalho.
O que pode desencadear o estresse ocupacional?
Existem muitos estímulos que podem desencadear o estresse, entre eles, estar exposto a condições como falta de recursos materiais, exigência física e psíquica superior ao que corresponde à função, ambientes de trabalho com problemas de relacionamento interpessoal ou que não garantam a saúde, o bem-estar e a segurança do trabalhador.
Quais são os principais tipos de estressores ocupacionais?
Alguns autores costumam dividir os estressores em três categorias: exigência de trabalho, incompatibilidade de papéis e condições materiais da ocupação. A exigência de trabalho pode ser um estressor ocupacional quando ultrapassa os níveis adequados para a manutenção da saúde do trabalhador, como longas jornadas, ritmo demasiadamente acelerado, turnos variáveis, horas extras etc. No caso da incompatibilidade de papéis, estamos tratando de questões organizacionais como a dificuldade de muitas empresas em ter boas descrições das atribuições e direitos de cada cargo, o que acaba impossibilitando o trabalhador de ter pleno domínio de suas funções e direitos. Por último, as condições materiais dizem respeito ao ambiente de trabalho: condições climáticas, de organização, iluminação, higiene e aspectos como a poluição visual e auditiva do local de trabalho.
Quais são os tratamentos possíveis?
Sempre que se trata de uma condição que não envolve apenas o adoecimento do indivíduo, mas a problemática de seu ambiente de trabalho e de suas atribuições, recomenda-se que as intervenções sejam feitas em três níveis diferentes: no nível primário, deve-se buscar reduzir os estímulos estressores, modificando o quanto for possível o ambiente de trabalho, buscando definir ocupações e direitos de cada trabalhador, como seus horários e funções. Já nesse nível, pode-se pensar em formas de acompanhamento psicológico, a partir do qual o sujeito pode ressignificar sua relação com o trabalho.
Em um segundo nível de atuação, deve-se buscar melhorar a resposta dos sujeitos ao ambiente de trabalho, com foco nos eventos estressores. Nesse sentido, as intervenções psicoterapêuticas buscam a compreensão e transformação da relação do sujeito com os estressores. Uma das formas comuns de atuação nesse sentido são as dinâmicas de grupo, as técnicas de relaxamento, meditação, acupuntura, psicoterapia etc. Vale ressaltar que, como são técnicas utilizadas quando o estresse ocupacional já está instalado, podem ser menos eficazes que as transformações sugeridas primariamente, isso porque não trabalham na fonte de estresse, mas em seus efeitos.
Por último está a atenção aos indivíduos acometidos da condição de estresse ocupacional que sofrem com os sintomas do desequilíbrio. Essa forma de atenção deve estar focada em reequilibrar o funcionamento físico e psicológico através da ação de equipes multidisciplinares, com terapeutas ocupacionais, psicólogos, médicos etc., que precisam constantemente destruir as barreiras do preconceito para adentrar o terreno das empresas, tornando-se possibilidade de aliança entre trabalho e saúde mental.

Piromania

A piromania é um comportamento que a pessoa passa a ter de atirar fogo propositalmente com alguma intenção. Esse comportamento levanta questionamentos de ser ou não ser um transtorno mental.
Uma pessoa piromaníaca tem fascínio pelo fogo, sente curiosidade e atração sobre circunstâncias relacionadas ao fogo, sente prazer por atear fogo. Essa pessoa pode passar um longo tempo sem atear fogo, mas existe a predisposição de praticar tal ato.

Devido à falta de estudos sobre a piromania, não se sabe ao certo o que leva uma pessoa a sentir desejo e prazer de atirar fogo em objetos ou pessoas. Sabe-se que o piromaníaco atira fogo em algo quando está em estado de tensão e após atirar fogo sente prazer extremo.
Normalmente a piromania está ligada a adultos com personalidade anti-social, adultos suspeitos de transtornos mentais, esquizofrênicos, usuários de álcool e drogas, transtornos de conduta e transtornos mentais orgânicos. 

Esquizofrenia

A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica na qual o indivíduo portador tende a perder o contato com a realidade, podendo sofrer delírios e alucinações, com a total convicção de que estes são eventos verdadeiros. De ocorrência igual tanto em homens quanto em mulheres, tende a se manifestar no fim da juventude e início da idade adulta. Entretanto, a evolução nas mulheres é mais lenta e os sintomas, menores. Acredita-se que os hormônios sexuais femininos têm importante papel neste fato, já que atuam no cérebro de forma semelhante aos antipsicóticos. Aproximadamente 5% da população mundial é esquizofrênica.

Não se sabe, exatamente, quais as causas e fatores que desencadeiam esta doença. Entretanto, é de conhecimento que muitos fatores, tanto genéticos quanto ambientais, causam ou impedem o desencadeamento da doença.

Os portadores geralmente se veem perseguidos, fazendo parte de um complô; e ouvem vozes que os orientam em relação ao que fazer. Estes comportamentos, denominados na psiquiatria como sintomas positivos, são os mais perceptíveis. Entretanto, as esquizofrenias se iniciam, na maioria das vezes, com os sintomas negativos, que são desânimo, olhar distante e tensão e ansiedade extremas – a fase chamada trema psicótico.

Geralmente os familiares e amigos percebem esta mudança, e com o tempo passam a desconfiar do uso de drogas. Em alguns casos, isso realmente acontece, mas é uma consequência de tais sintomas, e não as causas. Isso porque o paciente tenta buscar o efeito sedativo e tranquilizante que algumas drogas, como o álcool e a maconha, podem proporcionar.

Causando muitos danos ao portador, pode provocar distúrbios de personalidade e abandono de suas atividades habituais, caso o tratamento não seja feito o mais precocemente possível. O diagnóstico é unicamente clínico, excluindo outras possíveis causas.

É imprescindível o uso de antipsicóticos, prescritos pelo psiquiatra, e tratamento focando a reintegração à sociedade, como acompanhamento psicoterápico ou participação em programas específicos. A presença e participação da família são também de extrema importância, sendo necessário que estes recebam a devida orientação dos profissionais, quanto a como proceder com o indivíduo em questão.

Observação: com o tratamento precoce e adequado, existe possibilidade de o paciente se recuperar completamente.

Transtorno do Déficit de Atenção

O transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é freqüente tanto em crianças e adolescentes como em adultos, é uma condição de base orgânica, relacionada ao mau funcionamento do córtex cerebral. Seu quadro sintomático pode ser dividido em três áreas, a atenção, o controle dos impulsos e a atividade motora. 

Nas crianças o sintoma mais evidente é o comportamental, tendo como resultados, muitas vezes, o mau desempenho escolar, repetências, expulsões e suspensões escolares, relações complicadas com familiares e colegas, desenvolvimento de depressão, baixa auto-estima e ansiedade. Muitos destes problemas podem ser driblados quando seus professores e familiares são orientados a proceder de uma maneira mais satisfatória.

A característica fundamental do déficit de atenção é a falta de constância em atividades que exigem atenção. A desatenção, a hiperatividade e a impulsividade são seus aspectos essenciais. O que evidencia a desatenção é a dificuldade de se ligar em detalhes, errar por descuido em atividades escolares, não manter a atenção em jogos e brincadeiras. 

Correr, escalar, falar em excesso e em situações inapropriadas, balançar mãos e pés continuamente são características da hiperatividade. A característica da impulsividade são as respostas dadas antes que a pergunta seja completada e dificuldade de esperar a vez, interrompendo a atividade do outro.

Tricotilomania

Tricotilomania é um transtorno cuja principal característica é o hábito de arrancar cabelos de forma impulsiva.

O que é Tricotilomania?
 A Tricotilomania é definida pelo DSM-IV-TR como um transtorno de controle de impulsos não especificado, o que quer dizer que seus sintomas e tratamentos ainda não estão totalmente definidos, além de sinalizar especialmente a característica de impossibilidade de controle diante do impulso. Nesse caso, o impulso incontrolável é o de arrancar cabelos. É importante ressaltar que o termocabelo, utilizado para essa definição, vem do termo hair, do inglês, que pode significar qualquer pelo. Assim, o transtorno inclui o hábito de arrancar cabelos de qualquer parte do corpo.
Como se faz o diagnóstico?
Apesar de se tratar de um transtorno não especificado, alguns critérios são propostos para diagnosticar esse transtorno:
- Comportamento recorrente de arrancar os cabelos, resultando em perda capilar perceptível; - Sensação de tensão crescente, imediatamente antes de arrancar os cabelos ou quando o indivíduo tenta resistir ao comportamento;
- Prazer, satisfação ou alívio ao arrancar os cabelos;
- O distúrbio não é mais bem explicado por outro transtorno mental nem se deve a uma condição médica geral (por exemplo, uma condição dermatológica);
- O distúrbio causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Quais são as causas?
Entre as causas do início do comportamento de arrancar cabelos podem estar alguns fatores pessoais como o início dos ciclos menstruais na adolescência (menarca), algumas doenças clínicas, dificuldades de relacionamento social, dificuldades no trabalho ou na escola, situações familiares como divórcio, morte ou doença de um ente, nascimento de um irmão ou mudanças na dinâmica familiar, como um novo endereço.
O comportamento de arrancar cabelos está, em grande parte dos casos, associado a posturas sedentárias, aliadas a estados afetivos negativos. Entre as atividades associadas estão os hábitos de pessoas que, por exemplo, passam longos períodos assistindo televisão, deitados, ou ainda, dirigindo. É importante ressaltar que o sedentarismo é uma postura associada, mas não é considerada uma causa para a tricotilomania.
Quais são as consequências?
Além de ser causa de um sofrimento significativo, a tricotilomania tem outras consequências associadas, como àquelas decorrentes do hábito de muitos tricotilomaníacos de morder os fios, comer a raiz ou parte dos fios (tricofagia).
Em decorrência desse comportamento associado, muitos tricotilomaníacos desenvolvem a chamada “Síndrome de Rapunzel”, uma doença gastrointestinal. Além de outras doenças como erosão dental, infecções de pele etc.
É comum que pessoas com esse transtorno tentem a esconder as consequências, utilizando acessórios como chapéus, bonés, ou ainda, implantes e perucas. Além disso, há uma tendência a evitar situações em que a perda do cabelo seja exposta, como nadar, dançar e exercitar-se. Assim, como consequência mais significativa, está a questão do isolamento social.
Quais são os tratamentos?
O tratamento para Tricotilomania compreende estratégias multidisciplinares. Assim, deve-se levar em consideração a importância do acompanhamento farmacêutico, psicológico e médico.
Os tratamentos farmacêuticos mais utilizados estão descritos em estudos de caso, mas não podem ser considerados como sucesso a ser generalizado. Cada paciente encerra uma série de medidas específicas, levando em consideração os aspectos físicos e psicossociais relacionados ao hábito. Os medicamentos antidepressivos e estabilizadores de humor são os mais descritos no tratamento da Tricotilomania. Os estudos com relação aos tratamentos de tricotilomaníacos ainda são escassos. Em sua maioria trata de estudos de caso, ou experiências com grupos pequenos de pacientes, o que não permite generalizações significativas.
Alguns autores afirmam que a avaliação do transtorno juntamente ao paciente já pode ser considerada interventiva. Inúmeras técnicas psicoterápicas podem ser empregadas no tratamento, desde treinamentos de reversão do hábito, análise funcional, ou ainda, técnicas de hipnose e regressão. Além disso, uma proposta tem ganhado destaque no tratamento; é o chamado Tratamento Combinado, que combina diversas formas interventivas com vistas às especificidades do caso.

Tristeza e Depressão

Tristeza é uma manifestação inerente à vida do ser humano e tem duração limitada. A pessoa pode se sentir triste quando ocorre algum evento negativo, o que não impede de apresentar reações de alegria diante de uma causa excitante.

A tristeza é um sentimento passageiro e visto como saudável, pois auxilia a pessoa a elaborar perdas, como perda de ente querido, perda de emprego e sofrimentos ocasionais, fazendo com que o indivíduo se reorganize internamente e supere esta fase difícil. 

O sintoma de depressão é aparente, quando a tristeza persiste e há sentimentos de desesperança, apatia, indiferença, ausência de perspectiva e prazer. Como esses sentimentos são sutis, é importante observá-los, uma vez que depressão é uma doença séria que necessita de tratamento.

Deficiência Mental

 Deficiência Mental caracteriza o funcionamento intelectual inferior e o comprometimento em algumas habilidades necessárias para a vida cotidiana.

No decorrer da história humana, inúmeras definições foram usadas para tentar explicar a deficiência mental.
Na antiguidade, como em Esparta, por exemplo, as crianças com deficiência física e mental eram consideradas sub-humanas, sendo eliminadas ou abandonadas. Já na Idade Média, as concepções, dominadas pela visão cristã, atribuíam às pessoas com deficiência o caráter de possuído pelo demônio, ou de divino, inspirado por Deus, para explicar as diferenças de comportamento. Foi também por influência da Igreja Cristã que, aos poucos, as pessoas com deficiência mental foram sendo reconhecidas como “portadoras de alma” e, portanto, dignas da misericórdia divina. Assim, as práticas de abandono e assassinatos foram sendo substituídas pelo acolhimento e institucionalização, numa espécie de mistura entre caridade e castigos, uma vez que ainda havia punições com intenção de “curar” ou “livrar do mal”.
Com a passagem para o capitalismo, a visão de deficiência mental passou por novas transformações, relacionando-se agora com a improdutividade econômica desses sujeitos. Além disso, afastando-se das concepções religiosas, a ideia de deficiência mental estava agora pautada em explicações médicas, voltadas para as causas e consequências orgânicas.
No desenvolver da sociedade, inúmeras outras concepções foram sendo construídas sobre a deficiência mental, tratando de aspectos sociais, educacionais e da institucionalização de pessoas com deficiência mental, gerando discussões públicas sobre direitos e responsabilidades dessas pessoas.
O que é Deficiência Mental?
Como dissemos, para compreender a deficiência mental, temos que recorrer a todas as dimensões de conhecimento dessa condição. Alguns autores ainda defendem a deficiência mental como um fenômeno interno ao sujeito, outros consideram a deficiência mental como um fenômeno que deve ser compreendido também em sua dimensão social, de desvalorização da condição médica, diante da produção econômica prejudicada.
Por muitos anos, buscou-se investigar as causas da deficiência mental, como problemas hereditários, na gestação, ausência de nutrientes, hormônios, problemas no desenvolvimento, na interação social, na alimentação, entre outros tantos fatores, conhecidos como fatores de risco.
Entretanto, até hoje, há ainda uma grande parcela de deficiências mentais sem causa conhecida. Além disso, o foco de investigações na causa em nada contribuía para a compreensão das particularidades de cada deficiência, uma vez que duas pessoas com o mesmo diagnóstico de deficiência podem ter desenvolvimentos completamente diferentes.
Para alguns autores, a compreensão da deficiência mental deve ser feita de forma global, levando em consideração aspectos funcionais, ou seja, propõe-se que as possibilidades de interação sejam o foco do diagnóstico, no lugar das dificuldades médicas. Essa compreensão tira da pessoa com deficiência o fardo de impossibilidades decorrentes da limitação intelectual e passa a atentar para as capacidades de socialização em ambientes adequados de apoio.
Existe diferença entre deficiência mental e doença mental?
Quando uma pessoa tem problemas severos de percepção de si e da realidade que o cerca, e é incapaz de decidir por si, diz-se que ele é doente mental. Essa condição é completamente diferente da deficiência mental em que, como vimos, essa percepção está preservada.
Assim, podemos compreender como doença mental o quadro de alterações significativas capaz de comprometer a percepção da realidade, como nos casos de esquizofrenias, transtornos obsessivos compulsivos, transtorno bipolar, entre outros.
Para entender melhor, podemos retomar a questão do desenvolvimento das funções necessárias para a interação com o meio: na deficiência, o desenvolvimento delas é limitado, já na doença mental, as funções existem, mas estão comprometidas por condições psíquicas anormais.
Como se faz o diagnóstico?
O DSM IV é um manual para diagnósticos em distúrbios mentais. Nele, a definição de Deficiência Mental aproxima-se da ideia de um funcionamento intelectual inferior. Não se trata apenas de um QI baixo, para que seja caracterizada a deficiência mental é necessário identificar o comprometimento de pelo menos duas das seguintes habilidades: comunicação, uso de recursos comunitários, habilidades acadêmicas, de trabalho, lazer, saúde, segurança, autocuidados, habilidades sociais e de relacionamento interpessoal, que devem se manifestar antes dos 18 anos.
Existem formas de prevenção e tratamento?
Como mencionamos, existem fatores de risco relacionados à deficiência mental e existem propostas de prevenção em três níveis: o primeiro consiste em atentar para problemas na gravidez que podem ser evitados, a partir de um pré-natal bem feito, quando a mãe evita o consumo de álcool e drogas, tem uma alimentação e condições físicas adequadas.
O segundo nível de prevenção consiste em diminuir ou reverter o impacto dos problemas, como por exemplo, a utilização de mecanismos e medicamentos que possam evitar a progressão das complicações. Já num terceiro nível de prevenção, deve-se buscar o desenvolvimento das capacidades do indivíduo, como dissemos, com foco nas habilidades preservadas através de trabalhos de estimulação.
Assim, compreendemos que a prevenção puramente biológica ou genética, ou que apenas considere o período pré-natal, não daria conta de diminuir o número de pessoas com deficiência ou ainda de melhorar a vida daquelas que já desenvolveram os problemas.